terça-feira, 5 de outubro de 2010

A Lente

por abilio nascimento



O processo de criação é sempre difícil, seja o que for, no meu caso, arquitetura. Dependemos muito daquele momento de inspiração aos poucos percebemos que este momento não vem como passe de mágica, é preciso estudar, e estudar muito, ler, ouvir, conversar, ver, sentir, ou seja, utilizar todos os sentidos para criar com o tempo o maior número de referências possíveis para que ao surgir a necessidade do programa, seja ele, uma casa, uma loja, um hospital ou uma logomarca, lancemos mão das referências, das experiências adquiridas para que a inspiração surja de forma mais suave e continua mas nunca de forma fácil.

Seguindo o processo de criação, temos que apresentar o projeto para o cliente, e muitas vezes mesmo depois de revisões o cliente é relutante em aceitar ou entender o projeto. Um projeto de arquitetura, especificamente, tem que levar em consideração inúmeros aspectos de ordem técnica, muitas vezes imutáveis como leis diversas, questões ambientais, topografia, etc. deixando de lado estes aspectos que, a priori, são de certa forma inquestionáveis, ao menos pelo cliente, restam as questões artísticas e qualitativas de ordem estética e emocional, ou seja, restam aquelas questões que vão mexer com as sensações do usuário. Talvez por este motivo, por lidar com sensações, todos se achem no direito e muitas vezes no dever de saber exatamente a qualidade do belo, me parece que é senso comum saber o que é bonito aos olhos, aos sentidos segundo valores universais da humanidade.

Como dito no inicio o processo de criação se inicia com a tarefa de estudar, buscar referencias, por conta disso é praticamente impossível incutir na mente de alguém que não estudou o mesmo que o criador do projeto, para que veja através dos diversos filtros que as referencias lhe fazem ver. Esta impossibilidade me faz crer que quando um cliente consegue perceber as nuances do projeto no que tange ao partido adotado é um verdadeiro achado.

Na verdade não é a falta de estudo ou autoritarismo como possa parecer, é simplesmente o “filtro” ou a “lente” com a qual vemos o mundo que dita as soluções que precisamos para os problemas que enfrentamos, as referencias que utilizamos para conceber um projeto, nossos clientes também as possuem, mas não são somente aquelas que estudamos profissionalmente elas advém de toda nossa formação como ser humano.

Sua vida é pautada pelo tipo de lente com a qual você vê o mundo. Ouvi uma pregação do pastor da minha igreja interessante sobre este assunto entre outras coisas ele contou uma história sobre um pastor anglicano cujos escritos na lápide diziam em resumo o seguinte: “quando eu era jovem na fé queria mudar o mundo com a verdade que eu conhecia, o tempo foi passando e percebi que mudar o mundo era impossível, então tentei com todas as forças mudar o meu país, o volume das atribulações foi me consumindo e vi que também era impossível, no fim da minha caminhada resolvi mudar então a minha família, mas a diferença entre as pessoas me fez perceber que mais uma vez era impossível, por fim percebi que se eu modificasse a mim mesmo, o meu agir, minha família influenciada pelo meu exemplo, mudaria, a semente que minha família plantaria nas diversas partes da sociedade ajudaria a mudar meu pais e um dia, quem sabe, talvez mudasse o mundo.”

A passagem que o pastor usou para exemplificar a mudança de visão foi a da mulher samaritana (João 4:5-10), em síntese, ela esta indo pegar água no poço por volta do meio dia, quando Jesus se aproxima dela e pede água, ela, uma mulher samaritana se assusta por Jesus, um judeu, estar conversando com ela. Ela esta indo ao meio dia, pois neste horário ninguém vai, ou seja, ela já é uma excluída em seu próprio meio, daí a surpresa maior ainda quando Jesus lhe dirige a palavra. Diante do questionamento dela: “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?”, Jesus lhe responde: “Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.” E ela pediu desta “água” então Jesus lhe pede para chamar o marido dela, ela respondeu que não tinha marido, segue a passagem: “Disse Jesus: Tens razão em dizer que não tens marido. Tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu. Nisto disseste a verdade. Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que és profeta!”. Bem, logo após os discípulos chegaram, estranharam ver Jesus conversando com aquela mulher, mas nada questionaram, por fim: “a mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde e vede um homem que me contou tudo o que tenho feito. Não seria ele, porventura, o Cristo?”. Se me lembro bem a conclusão da pregação é que a partir daí tanto a mulher quanto os próprios discípulos passaram a ver o mundo através da lente de Cristo, ela viu que se cresse que ele fosse o messias e seguisse a partir daí seus ensinamentos estaria salva das transgressões que vinha cometendo e estaria saciada da sede que tinha pela paz de espírito e os discípulos não viam mais os samaritanos com maus olhos pois, o próprio cristo conversava com eles.

Sua vida é pautada pelo tipo de lente com a qual você vê o mundo.

Em todos os aspectos isso é uma verdade, tudo é questão de escolha, a escolha do tipo de lente, a do pessimismo ou a do otimismo inteligente, a do copo vazio ou cheio? No processo de criação, estude, tenha referencias, seja critico quanto ao que o mundo lhe oferece, livros, filmes, jornais, e conseguirá mais profundidade na sua visão da realidade.

Esses questionamentos me vieram, como dito no inicio, por conta da busca pelo momento de inspiração e pelo entendimento das outras pessoas sobre o produto criado, que nem sempre têm a mesma visão do criador, mas acabei percebendo que em todas as áreas temos que escolher bem nossa visão de mundo, se é bom na vida profissional que todos tenham o máximo de referencias para um perfeito entendimento é de suma importância que haja também uma boa tela de visão de mundo na questão social, religiosa, familiar, e por que não uma tela excelente, o melhor de todos os filtros, o filtro de Jesus Cristo, que faz com que tenhamos a melhor visão de vida possível, nas alegrias e nas dificuldades e a sabedoria para ao enfrentarmos as diversas situações possamos apreender o que há de melhor.

E mais importante, não deixe que sua visão de mundo através da tela errada te atrapalhe a agir da forma correta, como o pastor anglicano, não pense que tenha que mudar o mundo, e se acha que o mundo precisa ser mudado, comece por você. Se seu cônjuge tem problemas que te incomodam, comece mudando você, por exemplo, mude a sua visão sobre estes problemas e volte o olhar para os seus problemas para com seu cônjuge. Isto serve para a concepção projetual também, talvez você precise estudar formas de equivaler suas referencias às dos clientes e não esperar que os clientes tenham suas referencias.





Referencias das imagens:
http://www.the-digital-picture.com/reviews/canon-ef-70-300mm-f-4-5.6-is-usm-lens-review.aspx
http://imagensbiblicas.wordpress.com/2008/05/30/jesus-cristo-e-a-mulher-samaritana/
http://images.paraorkut.com/img/papeldeparede/1280x1024/l/lentes-5230.jpg
http://comunidade.bemsimples.com/saude/w/saude/Conselhos-para-usar-lentes-de-contato.aspx

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

estudio maN arquitetos - www.estudioman.arq.br

por abilio nascimento junior


Depois de algum tempo utilizando uma marca solo para meu escritório, criamos, minha esposa Maria Rita e eu, uma marca para NOSSO escritório de arquitetura.

A primeira dificuldade foi o nome, antes eu utilizava somente "abilio nascimento arquiteto urbanista". Agora, somos 2, e convencionalmente tentamos de diversas formas utilizar nossos nomes, dai veio o "MA" = Maria Abilio, o "N" veio do nosso sobrenome comum Nascimento.

Queríamos também algo que lembrasse criação, manufatura, no sentido de criar com a mão na massa, dai surgiu ESTÚDIO. Arquitetos é arquitetos mesmo.

Segue abaixo o resultado final do Estúdio maN arquitetos.

um abraço a todos.









www.estudioman.arq.br

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

...nos momentos dificeis do nosso caminhar...

divagando abilio


Tomei a liberdade de reproduzir na integra a letra de Lírios e Pardais, do poeta Stenio Marcius. Para mim ela é um exemplo de como devemos agir nos momentos dificeis do nosso caminhar...


Lírios e Pardais

Olhai, olhai as aves do céu
Em suas evoluções
Rabiscam mil formas pelo ar
A voar, a cantar
Sem se preocupar

Não semeiam nem colhem
Não constroem celeiros
Mas o Pai as sustenta
Com Sua mão poderosa
Ah, não valeis muito mais?

Olhai, olhai os lírios do campo
Tão belas vestes naturais
Quem nem mesmo um rei já foi capaz
De vestir tal riqueza
Que encanta as estrelas

Não trabalham nem fiam
Sua vida é tão breve
Mas o Pai os reveste
De uma glória sublime
Ah, não valeis muito mais?

Olhai, olhai as aves do céu
Em suas evoluções
Rabiscam mil formas pelo ar
A voar, a cantar
Sem se preocupar

Olhai, olhai os lírios do campo
Tão belas vestes naturais
Quem nem mesmo um rei já foi capaz
De vestir tal riqueza
Que encanta as estrelas.


... tal qual os lírios e os pardais.



blog do Stenio:

http://steniomarcius.blogspot.com/

domingo, 29 de agosto de 2010

Nínive histórica

por abilio nascimento - arquiteto urbanista



No livro de Jonas, antigo testamento, a bíblia nos apresenta alguns acontecimentos da vida do profeta de Deus, Jonas, no momento em que o próprio Deus o pede para a cidade de Nínive pregar para seus habitantes.

Nínive, como descrito em Jonas capitulo 1, versículo 2 é tida como “a grande cidade de Nínive”. Naquele tempo Nínive era umas das principais cidades da Assíria, uma região a 900 km de Israel, atual Iraque. O profeta Sofonias, entre 639 e 609 a.C., previu a queda de Nínive, mas foi o também profeta Naum por volta deste período que detalhou a maneira como “a grande cidade” cairia: “As comportas dos canais são abertas, e o palácio desaba.” Na 2.6.

Naum também nos dá uma visão de como era o comportamento social dos habitantes desta cidade: “Ai cidade sanguinária, repleta de fraudes e cheia de roubos, sempre fazendo as suas vitimas!” Na 3.1. Provavelmente por conta deste comportamento e das seguidas investidas contra o reino de Israel por conta dos Assírios, foi que Jonas foi extremamente relutante em acatar a ordem de Deus para pregar para o povo de Nínive, que era a grande representação do povo Assírio.

Reino da Assiria, hoje Iraque - google earth



A Assíria localizava-se no berço da humanidade, norte da Mesopotâmia regada pelo rio Tigre que nasce região montanhosa do leste da Turquia. Os reis da Assíria deixaram muitas inscrições ao qual diziam ser a Assíria invencível, e a despeito de muitos povos terem trazidos sérios problemas para o povo assírio ao longo da história, Nínive simbolizava a grandeza desse povo.

Mosul, Ninawa, Iraque - google earth

Nínive era um importante entreposto comercial entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Índico, era a rota principal para cruzar o rio Tigre unindo assim o Oriente e o Ocidente, tornando-se uma das maiores cidades antigas da região.
Os Assírios tinham tradição como grandes construtores, foram eles os construtores dos zigurates, eram experientes na construção de grandes cidades com canais e estradas.

palacio de Senaqueribe - http://www.imagoromae.com/garden_EN.ashx


Mas em Nínive foi apenas ao segundo milênio a. C. que grandes intervenções arquitetônicas foram feitas de forma intensiva, novos palácios e templos. Em 700 a.C. Senaqueribe projetou novas estradas e quadras e construiu o palácio de Senaqueribe também conhecido por “palácio sem rival” com dimensões totais de cerca de 503metros, pelo menos 80 salas. Painéis de pedra de 3000 metros entalhados em baixo relevo registravam cada passo da construção, inclusive com a descrição do transporte das estátuas numa barcaça e forma como foram entalhadas. Neles ainda há o registro de uma batalha em lachish, dizendo que “Ezequias de Judá, que não se submeteu ao meu jugo... Ele eu tranquei em Jerusalém, sua cidade real, como um pássaro enjaulado. Impostos na terra impus sobre ele...”

Podemos identificar na planta o perímetro urbano da cidade rodeada por grandes muralhas com seus 15 grandes portões, rodeada também por fossos o que dava ainda mais segurança aos habitantes de Nínive. 18 canais traziam água das colinas a Nínive, inúmeras seções de um aqueduto magnificente erigido foram descobertos em Jerwan, 65 km distante.

Planta Urbana de Nínive - 749 hectares - Atlas Histórico e Geo. da Biblia


Em 612 a.C. Nínive foi destruída como antevisto pelos profetas cristãos. Desde 637 d.C. quando da batalha entre o Império Romano Oriental e o Império Persa Sassânida, travado nos arredores da antiga cidade, até hoje, a cidade de Mosul do lado oposto a Nínive, tomou seu posto.






Referencias:
Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%ADnive
Livro de 2 Reis - Bíblia
Livro de Jonas – bíblia
Livro de Sofonias – bíblia
Livro de Naum – bíblia

Atlas Histórico e Geográfico da Bíblia – Paul Laurence

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Arquitetura Industrial!

por abilio nascimento - arquiteto urbanista


É fato que a transição da sociedade renascentista de modelo feudal baseada ainda na produção rural, para a sociedade industrial se deu de forma definitiva, rápida e transformadora. Mas qual foi o papel da arquitetura nesse processo?

Desde as apresentações das máquinas à vapor no século XVIII a arquitetura estava lá, seja na utilização dos espaços para as apresentações ou, em ultima análise, na elaboração da própria máquina ou arquitetura não é, por definição, arché = primeiro + tékton = construção?

Mas de forma mais direta e incisiva grandes projetos urbanísticos como zonas fabris e distritos industriais vieram na forma de “Aldeias Industriais Modelo”, Falanstério de Fourier e cidade industrial de Tony Garnier, são exemplos típicos dessas intervenções utópicas.

Estes projetos são resposta ao caos urbano que as recentes cidades européias, em especial na Inglaterra, estavam sofrendo com o inchaço da população, total falta de saneamento e controle do crescimento em todos os aspectos urbanos. Já podiam ser vistos nestes projetos preocupações com zoneamento, áreas especificas para cada função, separação das zonas fabris do resto da cidade com faixas de parques.

A preocupação especificamente com o objeto arquitetônico vem, principalmente com o fordismo e posteriormente com o taylorismo, pois estes eram métodos de organização da linha de montagem, o que proporcionava rápidos ganhos de produtividade dando aos países onde o fordismo dominou também a hegemonia econômica a partir da segunda guerra mundial e obrigava ás grandes industrias a adaptarem sua planta ao modelo de podução vigente, espaços onde era possível a locação dos maquinários em linha, conforme o fluxo entrada de matéria prima, produção e saída do produto acabado.

Esta idéia se refletia nas funções atribuídas a cada funcionário fazendo com que a linha de montagem fosse acoplada à esteira rolante, não permitindo deslocamento dos trabalhadores e mantendo o fluxo continuo e progressivo das peças e partes, permitindo redução dos tempos mortos, como conseqüência o trabalho nessas condições torna-se repetitivo, parcelado e monótono.


fordismo


Com o aumento da educação dos operários este sistema totalmente mecanizado de produção se tornou um paradoxo a partir dos anos 1960 e culminando em crises econômicas mundiais dos anos de 1980 ocasionadas pelos países altamente industrializados, EUA e Grã-bretanha, que encorajavam os NIC’s (países de industrialização tardia), a se endividarem e ampliarem sua produção fabril com preços cada vez mais baixos da mão-de-obra operária, aumento das taxas de juros para conseguir competitividade no mercado internacional.

O nítido não-engajamento proporcionado pelo sistema fordista de
produção gerou revoltas que só podiam ser contornadas, dentro da
lógica fordista, por meio de um aumento da automação, surgindo assim a revolução eletrônica.

O uso do microprocessador e das interfaces eletrônicas proporcionaram maior flexibilidade dos equipamentos mantendo a padronização e operação continua na produção mas não necessariamente de um mesmo produto. O processo de gestão também torna-se inovador no que tange o uso do computador para gerir em tempo real todas as etapas do processo (Just in time), possibilitando o relacionamento entre seções de um mesmo estabelecimento ou entre estabelecimentos de uma mesma firma ou subcontratadas.

As transformações na produção industrial com base nos avanços tecnológicos caracterizou um novo papel da industria na produção do espaço de trabalho, desindustrialização e internacionalização da mão-de-obra. São reflexos destas transformações a busca por indivíduos cada vez mais intelectualizados, tornando imprescindível o domínio das novas tecnologias.

Estamos vivendo a sociedade do conhecimento, estas foram algumas rápidas pinceladas sobre como ocorreu e esta ocorrendo a transição da sociedade industrial para a do conhecimento, que é um fenômeno global. Surgem parques tecnológicos que ajudam a dinamizar o desenvolvimento de uma região criando novos espaços de alta tecnologia originários da associação entre a revolução microeletrônica e a organização flexível.

No chão de fabrica das industrias há o uso de máquinas comandadas por computador, há o conceito de industria limpa, separação e reuso de resíduos. Diferentemente do sistema fordista de produção o conceito flexível de produção se apropria de três princípios básicos de produção. O processo funcional é caracterizado pela organização dos equipamentos do mesmo tipo na mesma área e também operações ou montagens semelhantes são agrupadas na mesma área. O layout em linha é a disposição dos equipamentos ou estações de trabalho de acordo com a seqüência das operações e são executadas de acordo com a seqüência estabelecida sem caminhos alternativos. O processo de layout celular é o condicionamento de diferentes maquinas num só local (célula) de forma que possam fabricar o produto inteiro.


Valeo - GCP Arquitetos e o norte-americano Davis Brody Bond Architects



O ideal é mesclar os diferentes tipos de processos tornando a planta o mais flexível possível de forma a atender as diferentes demandas do mercado.

O papel do arquiteto na concepção de um projeto industrial contemporâneo é de tornar possíveis as diferentes funcionalidades propostas pelo programa especifico de cada produção e dar a primeira impressão da marca produzida. Deve tomar partido da localização por vezes privilegiada de grandes rodovias onde a marca do fabricante estará exposta para milhares de pessoas.

Deve também estudar a logística do transporte para melhor adequação da implantação dos edifícios. Outro aspecto importante é o uso dos materiais, alguns são característicos desse tipo de edificação, metal e concreto por exemplo, difundido por todo o período de desenvolvimento industrial, outros como o vidro, evidência o processo produtivo tirando o aspecto sujo e distante que o chão-de-fábrica por vezes povoa o inconsciente coletivo e tira proveito da automação como aspecto tecnológico das indústrias, muito bem explorado nas montadoras de automóveis.

Dos grandes parques tecnológicos vem o conceito de parque atribuído para cada fábrica, que cria caminhos interessantes com grandes áreas verdes entre um edifício e outro, proporciona áreas reservadas dos possíveis ruídos gerados pela produção minimizando o impacto do trabalho nestes ambientes.

Desta forma a preocupação é, não somente com a produção, mas também com o bem estar dos trabalhadores. Para isso a arquitetura corporativa cria, como dito, espaços de trabalho e inclusive áreas de convivência e lazer dentro do espaço de trabalho ou mesmo possibilitando que os funcionários trabalhem em suas próprias casas, mas...morar e trabalhar é uma outra história.



Fabrica da Natura - arquiteto Roberto Loeb











sábado, 7 de agosto de 2010