por abilio nascimento
O processo de criação é sempre difícil, seja o que for, no meu caso, arquitetura. Dependemos muito daquele momento de inspiração aos poucos percebemos que este momento não vem como passe de mágica, é preciso estudar, e estudar muito, ler, ouvir, conversar, ver, sentir, ou seja, utilizar todos os sentidos para criar com o tempo o maior número de referências possíveis para que ao surgir a necessidade do programa, seja ele, uma casa, uma loja, um hospital ou uma logomarca, lancemos mão das referências, das experiências adquiridas para que a inspiração surja de forma mais suave e continua mas nunca de forma fácil.
Seguindo o processo de criação, temos que apresentar o projeto para o cliente, e muitas vezes mesmo depois de revisões o cliente é relutante em aceitar ou entender o projeto. Um projeto de arquitetura, especificamente, tem que levar em consideração inúmeros aspectos de ordem técnica, muitas vezes imutáveis como leis diversas, questões ambientais, topografia, etc. deixando de lado estes aspectos que, a priori, são de certa forma inquestionáveis, ao menos pelo cliente, restam as questões artísticas e qualitativas de ordem estética e emocional, ou seja, restam aquelas questões que vão mexer com as sensações do usuário. Talvez por este motivo, por lidar com sensações, todos se achem no direito e muitas vezes no dever de saber exatamente a qualidade do belo, me parece que é senso comum saber o que é bonito aos olhos, aos sentidos segundo valores universais da humanidade.
Como dito no inicio o processo de criação se inicia com a tarefa de estudar, buscar referencias, por conta disso é praticamente impossível incutir na mente de alguém que não estudou o mesmo que o criador do projeto, para que veja através dos diversos filtros que as referencias lhe fazem ver. Esta impossibilidade me faz crer que quando um cliente consegue perceber as nuances do projeto no que tange ao partido adotado é um verdadeiro achado.
Na verdade não é a falta de estudo ou autoritarismo como possa parecer, é simplesmente o “filtro” ou a “lente” com a qual vemos o mundo que dita as soluções que precisamos para os problemas que enfrentamos, as referencias que utilizamos para conceber um projeto, nossos clientes também as possuem, mas não são somente aquelas que estudamos profissionalmente elas advém de toda nossa formação como ser humano.
Sua vida é pautada pelo tipo de lente com a qual você vê o mundo. Ouvi uma pregação do pastor da minha igreja interessante sobre este assunto entre outras coisas ele contou uma história sobre um pastor anglicano cujos escritos na lápide diziam em resumo o seguinte: “quando eu era jovem na fé queria mudar o mundo com a verdade que eu conhecia, o tempo foi passando e percebi que mudar o mundo era impossível, então tentei com todas as forças mudar o meu país, o volume das atribulações foi me consumindo e vi que também era impossível, no fim da minha caminhada resolvi mudar então a minha família, mas a diferença entre as pessoas me fez perceber que mais uma vez era impossível, por fim percebi que se eu modificasse a mim mesmo, o meu agir, minha família influenciada pelo meu exemplo, mudaria, a semente que minha família plantaria nas diversas partes da sociedade ajudaria a mudar meu pais e um dia, quem sabe, talvez mudasse o mundo.”
A passagem que o pastor usou para exemplificar a mudança de visão foi a da mulher samaritana (João 4:5-10), em síntese, ela esta indo pegar água no poço por volta do meio dia, quando Jesus se aproxima dela e pede água, ela, uma mulher samaritana se assusta por Jesus, um judeu, estar conversando com ela. Ela esta indo ao meio dia, pois neste horário ninguém vai, ou seja, ela já é uma excluída em seu próprio meio, daí a surpresa maior ainda quando Jesus lhe dirige a palavra. Diante do questionamento dela: “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?”, Jesus lhe responde: “Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.” E ela pediu desta “água” então Jesus lhe pede para chamar o marido dela, ela respondeu que não tinha marido, segue a passagem: “Disse Jesus: Tens razão em dizer que não tens marido. Tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu. Nisto disseste a verdade. Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que és profeta!”. Bem, logo após os discípulos chegaram, estranharam ver Jesus conversando com aquela mulher, mas nada questionaram, por fim: “a mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde e vede um homem que me contou tudo o que tenho feito. Não seria ele, porventura, o Cristo?”. Se me lembro bem a conclusão da pregação é que a partir daí tanto a mulher quanto os próprios discípulos passaram a ver o mundo através da lente de Cristo, ela viu que se cresse que ele fosse o messias e seguisse a partir daí seus ensinamentos estaria salva das transgressões que vinha cometendo e estaria saciada da sede que tinha pela paz de espírito e os discípulos não viam mais os samaritanos com maus olhos pois, o próprio cristo conversava com eles.
Sua vida é pautada pelo tipo de lente com a qual você vê o mundo.
Em todos os aspectos isso é uma verdade, tudo é questão de escolha, a escolha do tipo de lente, a do pessimismo ou a do otimismo inteligente, a do copo vazio ou cheio? No processo de criação, estude, tenha referencias, seja critico quanto ao que o mundo lhe oferece, livros, filmes, jornais, e conseguirá mais profundidade na sua visão da realidade.
Esses questionamentos me vieram, como dito no inicio, por conta da busca pelo momento de inspiração e pelo entendimento das outras pessoas sobre o produto criado, que nem sempre têm a mesma visão do criador, mas acabei percebendo que em todas as áreas temos que escolher bem nossa visão de mundo, se é bom na vida profissional que todos tenham o máximo de referencias para um perfeito entendimento é de suma importância que haja também uma boa tela de visão de mundo na questão social, religiosa, familiar, e por que não uma tela excelente, o melhor de todos os filtros, o filtro de Jesus Cristo, que faz com que tenhamos a melhor visão de vida possível, nas alegrias e nas dificuldades e a sabedoria para ao enfrentarmos as diversas situações possamos apreender o que há de melhor.
E mais importante, não deixe que sua visão de mundo através da tela errada te atrapalhe a agir da forma correta, como o pastor anglicano, não pense que tenha que mudar o mundo, e se acha que o mundo precisa ser mudado, comece por você. Se seu cônjuge tem problemas que te incomodam, comece mudando você, por exemplo, mude a sua visão sobre estes problemas e volte o olhar para os seus problemas para com seu cônjuge. Isto serve para a concepção projetual também, talvez você precise estudar formas de equivaler suas referencias às dos clientes e não esperar que os clientes tenham suas referencias.
Referencias das imagens:
http://www.the-digital-picture.com/reviews/canon-ef-70-300mm-f-4-5.6-is-usm-lens-review.aspx
http://imagensbiblicas.wordpress.com/2008/05/30/jesus-cristo-e-a-mulher-samaritana/
http://images.paraorkut.com/img/papeldeparede/1280x1024/l/lentes-5230.jpg
http://comunidade.bemsimples.com/saude/w/saude/Conselhos-para-usar-lentes-de-contato.aspx
...traigo
ResponderExcluirsangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
TE SIGO TU BLOG
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
AFECTUOSAMENTE
AS COISAS QUE SÂO
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE CUMBRES BORRASCOSAS, ENEMIGO A LAS PUERTAS, CACHORRO, FANTASMA DE LA OPERA, BLADE RUUNER Y CHOCOLATE.
José
Ramón...